À medida que o ano de 2024 avança a passos largos, encontramo-nos já em junho, um mês de especial significado para a comunidade de Marechal Cândido Rondon. Aqui, as festas juninas não são apenas eventos; são uma ponte que conecta a comunidade a suas profundas raízes culturais e rurais. O entusiasmo com que escolas, famílias e a administração pública local se preparam para essas festas é uma demonstração vívida do valor cultural e social que elas representam.
O Secretário de Educação de Marechal Cândido Rondon, juntamente com coordenadores de instituições educacionais privadas da cidade, como o Colégio Luterano Rui Barbosa e o Colégio Martin Luther, oferecem uma visão detalhada sobre como essas festividades servem como ferramentas de ensino e integração. Através de danças, músicas e comidas típicas, as festas juninas transcendem a simples celebração, assumindo um papel paralelo na educação e na preservação da identidade local.
Estes eventos, meticulosamente organizados apesar de desafios logísticos e burocráticos, reforçam laços comunitários e promovem a inclusão. A festa junina evoluiu de suas raízes religiosas para se tornar uma celebração popular que agora incorpora elementos modernos, como a tecnologia, adaptando-se para continuar relevante e envolvente para todas as gerações. Essa adaptabilidade não só garante a continuidade da tradição, mas também assegura que cada junho seja uma oportunidade para celebrar a rica tapeçaria cultural de Marechal Cândido Rondon.
A importância cultural
As festas juninas em Marechal Cândido Rondon são profundamente enraizadas na cultura local. Segundo o Secretário de Educação, Fernando Volpatto, essas celebrações são especialmente significativas devido à sua forte conexão com a cultura do campo, semelhante à influência nordestina. Essa semelhança não apenas fortalece o vínculo com o patrimônio cultural, mas também garante a popularidade e o sucesso desses eventos. "Os quitutes juninos, muito apreciados aqui, são uma parte essencial do que faz nossas festas juninas tão especiais", afirma ele. Além de serem deliciosos, eles desempenham um papel vital em manter viva a cultura nordestina no município.
Para Vanessa Cristina Mittelstet, coordenadora da Educação Infantil e Fundamental 1 do Colégio Luterano Rui Barbosa, a festa junina é uma plataforma essencial para a valorização da cultura popular brasileira. Ela destaca que, além de ser uma oportunidade de diversão, essas festas são um momento de educação e integração. "É um momento em que as pessoas se reúnem para celebrar, saborear as comidas típicas e se divertir, fortalecendo os laços entre família e escola", afirma ela.
Essa também é a opinião de Andressa Hardt, coordenadora do Colégio Martin Luther. Segundo ela, um elemento central para o sucesso das festas juninas é a capacidade de capturar a atmosfera festiva e acolhedora característica dessas celebrações. "A decoração com bandeirinhas coloridas, a música folclórica e as danças típicas são essenciais para criar o ambiente que nos remete às origens dessas festividades", afirma Andressa. Essa autenticidade é importante não apenas para a celebração, mas também para educar os jovens sobre o patrimônio cultural do país.
Desafios na organização
Organizar uma festa junina envolve várias complexidades, principalmente devido às regulamentações atuais que exigem alta qualidade dos produtos e segurança nos eventos. "Os desafios burocráticos são significativos, mas necessários para garantir que tudo ocorra dentro das normas", explica o secretário Fernando. Ele também destaca o papel das escolas e da comunidade na realização dos eventos, desde os ensaios até a preparação dos famosos quitutes juninos.
Na organização de uma festa junina é essencial também considerar a faixa etária dos alunos e escolher atrações que não só entretenham, mas também educam sobre a diversidade do país e sua história. "Os festejos juninos enfatizam diferentes culturas, mostrando a diversidade do país além de rememorar trajetórias históricas e sociais de cada região brasileira", explica Vanessa, do Rui Barbosa. Esta abordagem garante que as crianças não apenas se divirtam, mas também aprendam sobre a complexidade cultural do Brasil.
Organizar uma festa junina é uma complexa dança de logística e planejamento. Andressa, do Martin Luther, destaca a dificuldade de encontrar locais adequados, lidar com burocracias para obtenção de licenças, e assegurar a segurança de todos os envolvidos. Além disso, a escola enfrenta o desafio de organizar atrações que ressoem com todas as idades, desde barracas de comidas típicas como pipoca e quentão até brincadeiras tradicionais como pescaria e correio elegante.
A escolha das datas para as festas juninas também faz parte do planejamento. Segundo o secretário de Educação, as datas são escolhidas pelas próprias instituições educacionais, com apoio da Secretaria de Educação na divulgação do calendário. Isso permite que a comunidade participe amplamente dos eventos.
Mudanças nas celebrações
Nos últimos anos, as festas juninas passaram por algumas transformações, principalmente em relação à música e ao tamanho das celebrações. "A modernização influenciou a música, introduzindo variações ao tradicional forró, o que atrai uma nova geração", observa o secretário. Além disso, muitas pessoas optam por comemorar em grupos menores, em casas ou empresas, embora grandes eventos comunitários, como o Arraiá Marechal, continuem a atrair muitas famílias.
A introdução de tecnologias também é apontada por Andressa Hardt como um aspecto que tem transformado alguns aspectos da organização das festas, como a seleção e montagem de músicas para as apresentações. Andressa compartilha que essa inovação permite uma personalização maior e uma harmonização mais eficaz das músicas, enriquecendo ainda mais as performances dos alunos.
Vanessa Mittelstet observa que a festa junina sofreu transformações ao longo dos anos, especialmente em seu significado. O que começou como uma celebração com forte tom religioso, hoje é considerado um evento cultural e popular. "Essa evolução permitiu que a festa se associasse mais aos símbolos típicos das zonas rurais, do que a uma celebração estritamente religiosa", observa Vanessa.
II Arraiá de Marechal acontece sexta e sábado
Nesta sexta-feira, dia 07, e no sábado, dia 08, acontecerá o II Arraiá de Marechal no centro de eventos rondonense. No primeiro dia, a programação iniciará às 18h. Das 19h às 22h30, acontecerão apresentações organizadas pelos CMEIs Pequeno Líder, Vila Gaúcha e Portal da Vila e pelas Escolas Jean Piaget, Almirante Barroso, 25 de Julho e Colégio Rui Barbosa. Já das 20h30 às 22h30 se apresenta a banda Forró Bemtivi e a partir das 22h30, Banda Apollos.
No sábado (08), a programação inicia às 16h. A partir das 16h30 se apresentam os CMEs Zilda Arns, Jardim Primavera, ABC, 24 de Maio, Colégio Cristo Rei e Escola São João Batista. Às 17h30 a Banda Apollos anima o evento e às 19h reiniciam as apresentações, com as Escolas 25 de Março, Waldomiro Liessen, Érico Veríssimo, Floriano Peixoto, Oswino Weirich, Bento Munhoz da Rocha Neto e Costa e Silva. Na sequência, das 20h30 às 22h30 retorna a banda Forró Bemtivi e, em seguida, Banda Vitrola Livre.
Trata-se de um evento organizado pela prefeitura, através faz secretarias de Cultura, Educação e PROEM (Fundação Promotora de Eventos), com o apoio da Assemar e patrocínio do Sicredi, Copagril e Opção Telecom, que beneficiará escolas municipais que se dedicam e participam da programação.
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