Em uma série de visitas aos sindicatos rurais do Oeste paranaense, o presidente interino do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Eduardo Meneguette, destacou preocupações crescentes com a segurança jurídica no campo. Passando por municípios como Toledo, Assis Chateaubriand, Palotina, Nova Santa Rosa, Marechal Cândido Rondon e Terra Roxa, Meneguette dialogou diretamente com os produtores e lideranças locais. As invasões de terras por supostos indígenas nas regiões de Guaíra e Terra Roxa geram inquietação.
Meneguette afirmou que a aprovação do Marco Temporal, que deveria garantir a estabilidade fundiária, não tem sido respeitada, expondo os produtores a constantes riscos de invasões e incertezas legais. Segundo ele, é inaceitável que, em pleno 2024, o setor agrícola enfrente a insegurança jurídica, o que compromete não apenas a produção, mas também a subsistência de milhares de trabalhadores rurais. A FAEP, junto a outras entidades do agronegócio, segue buscando apoio político para uma resposta eficaz e urgente.
O líder da FAEP também fez um apelo pela união entre os diversos atores do agro e da sociedade, enfatizando que o agronegócio é um pilar da economia nacional e precisa de proteção para continuar gerando empregos e alimentos para o país. “O agronegócio não pode parar”, reforça Meneguette, comprometendo-se a seguir cobrando as autoridades por soluções rápidas e eficazes para uma crise de invasões no campo.
Tribuna do Oeste: Como estão os contatos com os dirigentes dos sindicatos da região?
Ágide Eduardo Meneguette: Estamos realizando uma visita institucional aos sindicatos do Oeste. Passamos por Toledo, Assis Chateaubriand, Palotina, Nova Santa Rosa, e essas visitas têm sido muito importantes para vermos de perto as necessidades dos sindicatos, ouvir as demandas que nossos produtores trazem. Queremos uma visão mais próxima para definir melhorias que precisamos implementar no Sistema FAEP para atender ainda melhor o campo. Foi uma agenda intensa e produtiva. Em Marechal Cândido Rondon, por exemplo, fui recepcionado na sede do Sindicato Rural pelo presidente Edio Chapla, sua esposa Janete, funcionários, e o vereador Carlinhos Silva. Contamos também com a presença do prefeito e vice-prefeito eleitos, Adriano Backes e Vanderlei Sauer, que se comprometeram a apoiar a Federação nas demandas dos produtores rurais.
Tribuna do Oeste: Como foi a conversa com o prefeito e o vice eleitos?
Meneguette: O Backes e o Sauer manifestaram total apoio à causa dos produtores. Esse tipo de parceria é fundamental, pois fortalece a nossa posição. A união entre a FAEP, os sindicatos locais e os representantes políticos municipais é um passo importante para garantir a proteção e a valorização das propriedades rurais, além de evitar práticas que desestabilizam o setor agropecuário.
Tribuna do Oeste: Sabemos que seu pai foi presidente do Sistema FAEP por muito tempo, sempre batalhando pelo setor. Seu estilo é mais voltado ao diálogo ou à firmeza?
Meneguette: Há um ditado que diz: "a fruta não cai longe do pé". Eu sou bom no diálogo, tento construir pontes, e uma vez que estiver combinado, é compromisso. Mas, se houver quebra desse compromisso, aí, se precisar, a gente parte para a briga. Defendemos o produtor rural e o agronegócio paranaense com toda determinação, sem medir esforços.
Tribuna do Oeste: Nesse período como presidente interino, quais as principais demandas que você tem encontrado?
Meneguette: Desde que assumi, um dos primeiros trabalhos foi a reestruturação interna para desburocratizar e agilizar o atendimento ao produtor rural. Nosso foco é oferecer rapidez e eficiência. Além disso, estamos lidando com questões críticas, como a invasão de terras por indígenas aqui na região Oeste, em Guaíra e Terra Roxa. Estamos participando junto à Frente Parlamentar da Agricultura, Confederação Nacional da Agricultura e parlamentares federais para resolver essa insegurança jurídica, respeitando a lei do Marco Temporal.
Tribuna do Oeste: Alguns produtores manifestaram preocupação com a intervenção da Itaipu na compra de terras na região. Como o senhor vê essa questão?
Meneguette: Pergunto primeiro: há produtores interessados em vender suas terras? E em segundo lugar, é justo negociar compra de terras com invasores forçando uma possível venda? Nós não admitimos esse tipo de pressão. Primeiro, é preciso retirar os invasores das propriedades para depois, sim, buscar uma negociação. Vamos continuar tomando todas as medidas cabíveis para resolver essa situação de forma pacífica e com rapidez.
Tribuna do Oeste: Com a força da bancada ruralista no Congresso, não seria possível adotar uma postura mais enérgica, até mesmo boicotando projetos do governo?
Meneguette: Após um episódio recente em que um produtor foi agredido por supostos indígenas, a Frente Parlamentar da Agricultura está tomando medidas mais severas e apresentou um novo projeto para garantir a segurança jurídica. Há um processo na Polícia Federal que questiona a identidade indígena de alguns desses invasores. Continuamos exigindo respeito ao produtor, que é o pilar da economia nacional, e vamos cobrar ações mais firmes e eficientes dos governantes.
Tribuna do Oeste: Em sua opinião, qual é o impacto dessa situação para o Paraná e o agronegócio?
Meneguette: O impacto é gravíssimo. Imagine se enfrentássemos um problema sanitário, como uma gripe aviária ou febre aftosa? O Paraná perderia milhões e empregos estariam comprometidos. O agronegócio não pode parar; ele é essencial para o Estado e para o país. Precisamos que as autoridades tomem uma posição firme e resolvam essa situação o quanto antes.
Tribuna do Oeste: Para finalizar, qual a mensagem do senhor para os produtores rurais que enfrentam essas dificuldades?
Meneguette: O produtor rural é essencial para o Brasil e para o Paraná. Não vamos aceitar que essa importância seja ignorada. Estamos do lado deles, buscando soluções e cobrando atitudes enérgicas das autoridades. O agronegócio precisa de segurança e estabilidade para continuar gerando empregos, produzindo alimentos e sustentando a economia. Nossa mensagem é de apoio total e de compromisso para defender seus direitos e garantir que o campo continue sendo um pilar de nossa sociedade. Queremos que o produtor rural paranaense se sinta amparado e que possa continuar suas atividades sem temer invasões ou pressões externas que dificultam seu trabalho.
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